Servidores da segurança pública entram em greve em Minas Gerais

Protesto das forças de segurança na manhã desta segunda (21/2) é avaliado por lideranças como positivo Foto Foto: Flávio Tavares/O TEMPO

Servidores da segurança pública entram em greve em Minas Gerais

21 de fevereiro de 2022 Off Por capitaldosvales

As forças de segurança de Minas Gerais estão oficialmente em greve. Nesta segunda (21/2), após o protesto contra o Governo de Minas para pedir recomposição salarial de 24%, as diferentes categorias decidiram, em assembleia, paralisar as atividades para pressionar Romeu Zema (Novo). A recomendação vale a partir desta terça (22/2).

Lideranças do movimento ouvidas pela reportagem garantem que haverá o expediente mínimo de 30% dos servidores da segurança pública. A decisão em assembleia é de paralisação, mas, pela Constituição Federal, os policiais e bombeiros militares não podem fazer greve.

Já os policiais civis não têm essa permissão desde 2017, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por essa vedação.

As lideranças do movimento grevista dizem que as diferentes categorias serão orientadas uma a uma sobre como essa paralisação acontecerá. Há uma ala que defende a manutenção desses servidores dentro das unidades administrativas (quartéis e delegacias, por exemplo).

As categorias garantem que qualquer negociação com o Estado só vai acontecer se a Zema e seus secretários sinalizarem um caminho que não condicione a recomposição salarial ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). O RRF, defendido pelo governo para dar o reajuste, é visto pelos servidores como um retrocesso para a carreira pública.

A avaliação dos servidores da segurança pública é que o movimento superou as expectativas, mas ainda não resultou em melhorias práticas na negociação com o governo.

“A nossa proposta é que, assim que ele conversar conosco e houver um avanço no diálogo, a gente sinaliza a paralisação do movimento grevista que se instalou em Minas Gerais”, diz o sargento Marco Antônio Bahia, vice-presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra/PMBM).

A diretora da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis, Aline Risi, questiona para onde está indo o dinheiro arrecadado pelo Governo de Minas.

“O próprio governador vem falando que vem aumentando a arrecadação. Ele fez a reforma previdência. Não há essa necessidade (de adesão ao Regime de Recuperação Fiscal), porque há uma dívida do governo federal com o estadual. Onde estão esses bilhões?”, diz Aline.