PF prende dois em Governador Valadares por contrabando de pessoas rumo aos EUA

Operação da PF mira o contrabando de pessoas em Governador Valadares — Foto: Divulgação/PF

PF prende dois em Governador Valadares por contrabando de pessoas rumo aos EUA

21 de junho de 2022 Off Por capitaldosvales

A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (21) em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, duas pessoas envolvidas com o contrabando de pessoas e que seriam responsáveis pela morte de um emigrante na tentativa de atravessar ilegalmente a fronteira entre Estados Unidos e o México. A operação “Relicita Mori” foi deflagrada para combater crimes de promoção de migração ilegal em toda a região e também cumpriu quatro mandados de busca e apreensão.

Segundo a Polícia Federal, também houve o bloqueio de ativos financeiros, apreensão de diversos veículos, imóveis, valores em espécie, além de criptomoedas usadas para a ocultação de valores obtidos ilicitamente.

A investigação começou após familiares de um emigrante denunciar a morte dele na tentativa de atravessar  ilegalmente os dois países da América. A PF apurou que os investigados presos nesta terça foram os responsáveis pela tentativa de travessia ilegal, além da tentativa de outras 197 pessoas que chegaram ilegalmente em terras americanas com o auxílio da organização criminosa.

Entre as quase 200 tentativas, várias foram feitas com bebês, crianças e adolescentes para facilitarem o método “cai-cai”. Nesse “modelo”, as famílias com menores entregam-se às autoridades americanas após cruzarem as fronteiras, pois sabem que irão responder em liberdade pelo ingresso irregular, já que as crianças não podem permanecer sozinhas por questões humanitárias.

“Tal método traz ainda como agravante o aumento do número de casos de sequestro internacional de crianças. Elas são ‘alugadas’ pelos coiotes para adultos desacompanhados que pretendam ingressar nos Estados Unidos utilizando o método citado. Isto implica em evidente risco para os menores”, disse a assessoria da PF.

Os suspeitos responderão pelo crime de promoção de migração ilegal, envio ilegal de menor ao exterior, além do homicídio. Se condenados, podem cumprir até 26 anos de prisão.