Câmara de BH aprova redução do prazo para circulação de carroças na cidade

Câmara de BH aprova redução do prazo para circulação de carroças na cidade

18 de outubro de 2023 Off Por capitaldosvales

Com votação folgada, o Plenário da Câmara de BH aprovou em 2º turno o Projeto de Lei 545/2023, que antecipa em cinco anos o fim da circulação de veículos de tração animal na cidade. Dessa forma, a partir de janeiro de 2026 ficam proibidas as carroças puxadas por cavalos ou mulas.

A proposta, apresentada por Wanderley Porto (Patri) e Janaína Cardoso (União), recebeu 30 votos favoráveis, 9 contrários e 1 abstenção durante a reunião nesta terça-feira (17/10) e, após passar por redação final, segue para sanção ou veto do Executivo. Ainda durante a reunião, o colegiado manteve o veto do prefeito ao PL que institui o processo de transição de governo na Prefeitura.

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Fim da circulação de carroças na cidade

PL 454/2023 pretende evitar situações de maus-tratos e violência contra os animais – conforme observado nos vídeos exibidos durante a reunião – que ainda são utilizados para o transporte de cargas em diferentes partes do município. A proposição, que altera a Lei 11.285/2021, na qual as carroças poderiam circular até janeiro de 2031,  propõe a substituição gradativa por veículos de tração motorizada. 

Os parlamentares rejeitaram as emendas apresentadas por Bruno Pedralva (PT), Cida Falabella (Psol), Iza Lourença (Psol) e Pedro Patrus (PT) durante a tramitação do PL. As emendas incluíam  no projeto dispositivo segundo o qual a proibição só poderia ter efeito quando não houvesse no município pessoa e família dependente financeiramente da atividade exercida por veículos de tração animal, e estipulava que a proibição ficaria condicionada “à consulta prévia livre e informada à comunidade tradicional carroceira, nos termos da Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho”

Pedro Patrus, Iza Lourença, Cida Falabella, e Rubão defenderam a manutenção das emendas argumentando que o PL, além de tirar o trabalho de cerca de seis mil pessoas, fere o direito dos povos tradicionais e que, com a redução do prazo, não haverá tempo suficiente para que a PBH faça uma transição, “conforme a própria PBH já declarou”, afirmaram.

Iza destacou a situação climática do planeta e lembrou que “quem preserva florestas são comunidades tradicionais”.  Já Bruno Pedralva destacou a necessidade de pressionar a PBH para que ela apresente um plano de transição que garanta a subsistência dos carroceiros e suas famílias. 

Autor da proposta, Wanderley Porto fez questão de salientar que “não se trata de ser contra os carroceiros, queremos que eles tenham dignidade e qualidade de vida”. Ao defender o voto contra as emendas, Porto afirmou que elas desqualificam o PL.

Segundo ele, a comunidade de carroceiros não se enquadra na definição de comunidade tradicional da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Ele foi apoiado por Miltinho CGE (PDT) e Reinaldo Gomes Preto do Sacolão (MDB), que lembrou que a tecnologia substituiu o homem em diversas atividades e que “as pessoas não morreram de fome por causa disso”

Ao agradecer os parceiros pela aprovação da proposição, Wanderley Porto afirmou que “isso é o melhor para a cidade e para os animais. Os carroceiros terão novas oportunidades”, disse. 

Processo de Transição de Governo

Ainda durante a reunião, o conjunto de vereadores manteve, com 29 votos a favor, o veto do prefeito a Proposição de Lei 151/2023 (originária do PL 454/2022), que institui o processo de transição de governo na Prefeitura de Belo Horizonte. Assinada por Gabriel (sem partido), Álvaro Damião (União), Dr. Célio Frois (PV), Jorge Santos (Republicanos), Marilda Portela (Cidadania) e do ex-vereador Léo, a proposta incorreu em “invasão de competência”, segundo informou o líder do governo na CMBH, Bruno Miranda. 

O vereador informou que, junto com o veto total, o prefeito Fuad Noman (PSD) encaminhou um novo PL contemplando a essencialidade da proposta e corrigindo o vício de iniciativa. Ao lembrar que a proposição atendeu a um pedido do então prefeito Marcio Lacerda – quando da transição para o governo Alexandre Kalil -, Gabriel ressaltou que foi coerente e encaminhou pela manutenção do veto. 

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Braulio Lara (Novo) chamou atenção para o que classificou de reforma administrativa embutida no PL. O Executivo não encaminhou o mesmo projeto que foi discutido nesta Casa. A nova proposta aumenta o número de cargos de direção e assessoramento (DAM). É preciso ficar atento”, alertou. 

Via Superintendência de Comunicação Institucional