Atlético recebe Avaí para pôr fim à pior série do ano e iniciar bem o Brasileiro

27 de abril de 2019 Off Por capitaldosvales

Protestos contra dirigentes e jogadores, questionamentos sobre as finanças do clube, perda do título mineiro, queda precoce na fase de grupos da Copa Libertadores, recusas de treinadores buscados para assumir a equipe. O momento do Atlético não é nada bom. E, em meio a esse ambiente de muita pressão e instabilidade, o time alvinegro estreia no Campeonato Brasileiro contra o Avaí, neste sábado. As equipes se enfrentam a partir das 19h, no Independência.

O Atlético vive a maior sequência sem vitórias da temporada. São quatro jogos seguidos sem um triunfo sequer – tudo isso num momento decisivo do ano. Entre finais do Campeonato Mineiro e partidas importantes da Libertadores, o time perdeu para Cerro Porteño-PAR (4 a 1), Cruzeiro (2 a 1) e Nacional-URU (1 a 0), além de um empate (1 a 1) na volta da decisão estadual, que deu o título ao maior rival.

A última vez que o Atlético venceu uma partida foi em 7 de abril, na goleada por 5 a 0 sobre o Boa Esporte, no Mineirão, pela partida de volta da semifinal do Campeonato Mineiro. Daí em diante, uma sucessão de fatos marcou o momento de queda do clube, tanto dentro quanto fora de campo:

10 de abril: Atlético é goleado por 4 a 1 pelo Cerro Porteño, no Paraguai, e se complica de vez no Grupo E da Copa Libertadores
11 de abril: Na madrugada, jogadores são recebidos com protesto no Aeroporto de Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. À tarde, o técnico Levir Culpi é demitido
12 de abril: Rui Costa é apresentado como novo diretor de futebol do Atlético e, no mesmo dia, recebe o primeiro ‘não’ na procura por um treinador. Tiago Nunes, ficha número 1 do dirigente, prefere ficar no Athletico-PR
14 de abril: Sob o comando do interino Rodrigo Santana, Atlético joga bem, mas perde por 2 a 1 para o Cruzeiro, na ida da final do Mineiro
15 de abril: Conselheiros recebem da diretoria o balanço financeiro de 2018, que acusa déficit de R$ 21,8 milhões. O valor causa questionamentos e protestos, especialmente pelo fato de o presidente Sérgio Sette Câmara ter tratado a última temporada como um momento de busca por equilíbrio das finanças
20 de abril: Ainda com Rodrigo Santana no comando, Atlético volta a ir bem, mas empata com o Cruzeiro por 1 a 1, no Independência, e amarga o vice-campeonato mineiro
23 de abril: Time joga mal e perde para o Nacional-URU por 1 a 0, em pleno Mineirão. Resultado elimina Atlético da Libertadores
24 de abril: Técnico Rogério Ceni recusa Atlético e prefere ficar no Fortaleza

Chance de se recuperar

Em meio a esse ambiente conturbado, o Atlético tenta se fechar e recuperar o prestígio. Por isso, o jogo contra o Avaí é considerado muito importante, embora seja apenas a primeira das 38 rodadas da Série A. O interino Rodrigo Santana não confirmou o time que vai a campo. Fora das últimas partidas por problemas físicos, o zagueiro Réver pode voltar a ser escalados. Já o também defensor Igor Rabello e o meia Cazares devem seguir fora.

Certo, porém, é que Rodrigo Santana poderá contar com o ‘reforço’ de Geuvânio. O atacante, que jogou bem na finalíssima do Campeonato Mineiro, desfalcou a equipe contra o Nacional-URU, por não estar inscrito na Libertadores. Apesar de não saber ainda se será titular, o jogador prega união do grupo num momento de dificuldades.

“A gente tem que se fechar e dar a cara a tapa. Tem que ser homem e assumir a responsabilidade. Estamos em um grande clube. Eu vim aqui para ajudar e vou dar o meu melhor”, disse.

O rival

A fase do Avaí é oposto ao do Atlético. Campeão do Campeonato Catarinense no último domingo ao bater a Chapecoense nos pênaltis, o time do técnico Geninho vive bom momento na temporada, embora já tenha sido eliminado da Copa do Brasil.

As metas das duas equipes também são opostas. Enquanto o Atlético quer brigar na parte de cima da tabela, o Avaí tem o objetivo de se manter na Série A. Terceiro colocado da Segunda Divisão de 2018, a equipe catarinense tem disputado a elite do futebol nacional com certa frequência. O objetivo, porém, é acabar com o rótulo de time ‘ioiô’: que consegue o acesso, mas é rebaixado no ano seguinte.

“A gente não pode pensar assim, para não precisar ficar jogando nesse limite. É até uma brincadeira que a gente faz, você tem que mirar o sol, que uma estrela você acerta. O Avaí, na verdade, precisa mudar esse patamar. Chegou o momento de a gente não ser mais o azarão do campeonato, ser um time que vai ser protagonista da história”, disse o zagueiro e capitão Betão.

Geninho não poderá contar com o lateral-direito Alex Silva, emprestado pelo Atlético e vetado, por contrato, de enfrentam o clube que detém os direitos econômicos. O artilheiro Daniel Amorim também é desfalque, por problemas físicos.
Fonte: Portal UAI