Anulações formais de investigações não apagam a corrupção, diz presidente do STF
12 de junho de 2022O ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal, discursou em solenidade pelos 75 anos do Tribunal de Contas do Pará, em Belém, nesta sexta-feira, 10. “Ninguém pode esquecer o Mensalão, a Lava Jato“, disse ele. “Tive a oportunidade, nesses 10 anos do Supremo Tribunal Federal, de julgar casos referentes à corrupção que ocorreu no Brasil. Ninguém pode esquecer que ocorreu no Brasil, no Mensalão, na Lava Jato”, disse.
Fux afirmou ainda que as anulações formais de investigações não apagam a corrupção. “Muito embora tenha havido uma anulação formal, das aqueles R$ 50 milhões das malas eram verdadeiros. Não eram notas americanas falsificadas. O gerente que trabalhava na Petrobras devolveu US$ 98 milhões e confessou, efetivamente, que tinha assim agido”. O ministro se referia aos milhões relacionados ao ex-ministro Geddel Vieira Lima e ao ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco.
No trecho do discurso em Fux citou os casos de corrupção como o Mensalão, ele defendeu a importância dos tribunais de contas no Estado Democrático de Direito. “O Tribunal de Contas como uma instituição essencial ao Estado de Direito, como o nosso. Em um país em que não há um tribunal de contas, cria-se uma tempestade perfeita entre os gastos públicos e a ausência de controle, ausência de transparência. Essa tempestade perfeita tem um nome, chama-se corrupção”, disse Fux.